“Filhos da Lua” é o título de uma exposição fotográfica e de um livro lançado esta quarta-feira na Fortaleza de Maputo e que arrastou para aquele recinto muitos apreciadores da arte de fotografar e não só, quiçá como prenúncio do fim da marginalização das pessoas portadoras de albinismo que vivem em Moçambique.
Dezenas de fotografias de autoria de Solange dos Santos e Dominique Andereggen contam a história dos portadores de albinismo no país e desperta a sociedade moçambicana para saber conviver com as pessoas portadoras desta doença causada pela insuficiência de melanina, substância responsável pela colaboração da pele, cabelos e olhos.
Segundo Solange dos Santos, “Filhos da Lua é a arte final criada a partir de um projecto de dois anos sobre pessoas portadoras de albinismo e fala das peripécias por que elas passam nas suas vidas, que são marginalizadas e perseguidas até a morte por causa da sua aparência”.
Para os organizadores desta exposição, a fotografia pode ajudar a melhorar a compreensão de um problema de uma minoria, sobre o qual a maioria das pessoas não sabe muito, por falta de informação sobre esta doença.
“As imagens escolhidas para a exposição deve transformar os chamados erros e anomalias em cada singularidade e beleza”, refere Solange dos Santos.
Para Ana Gabriela, Presidente da Adods, a associação que defende os direitos dos albinos em Moçambique, a “exposição e o livro vão de encontro com a missão de garantir que os direitos das pessoas portadoras desta doença sejam salvaguardados, de modo a que a informação sobre o albinismo, a não descriminação, a inserção social e a assistência médica e medicamentosa para os portadores de albinismo fazem parte do quotidiano dos moçambicanos”.
Para além do lançamento do livro e da abertura da mostra fotográfica, o local acolheu um desfile de moda protagonizado por modelos albinos. A exposição fotografia “Filhos da Lua” estará patente na Fortaleza de Maputo até ao dia 23 de Março.
Alfredo Lituri (Texto) e Sérgio Costa (Fotos)
SAPO MZ