Os Kussondulola são uma banda de reggae angolana residente em Portugal. O líder da banda é o angolano Janelo da Costa. Dançam no Huambo e Perigosa foram colossais êxitos que influenciaram gerações, bem como outros temas dos dois álbuns posteriores, Nós somos rastaman, Rock steady, Apanha flash e Boda do leão.
Os Kussondulola, tornaram-se em 1995 numa das bandas pop mais populares em Portugal, conseguindo um expressivo sucesso artístico, mediático e comercial com o seu álbum de estreia, significativamente intitulado Tá-se Bem.
Ao longo de uma década de composição e actuação, os Kussondulola, com o seu visual garrido, misto de Jamaica e África, e a sua efusiva presença em palco, foram conquistando gradualmente um público entusiasta, até ao ponto em que, a meio da década de 90, eram considerados a maior sensação de palco em terras lusas e africanas, cada novo concerto uma festa a que o público aderia sem reticências.
O seu último álbum lançado este ano é recheado de temas originais que falam da vida e do quotidiano no mundo afro-luso, do regresso às origens, da África onde nasceu, dos amigos, da terra, mas também da facilidade que tem em sair de situações de sufoco, em não perder a fé. Às vezes, factores como a falta de identificação o emprego ou fortalecer o amor na terra, apelam à alegria de viver e à fé em Jah.
Tudo isto foi fonte de inspiração para AmaJah já que os grandes temas da humanidade complementam o que os Kussondulola sempre fizeram: escrever, musicar e alertar a sociedade para os seus problemas mais profundos. Aliás, questões como o ataque às forças políticas são temas constantes, a par da erradicação da pobreza, como se pode escutar em Custo de Vida, um dos mais clarividentes depoimentos sobre o crescente fosso entre ricos e pobres, no mundo de hoje. O amor a Jah é, como sempre, a chave das letras.
Ao fim de vinte anos de existência, Kussondulola sabe que está quase a ocupar o espaço deixado vazio pelo álbum Tá-se bem, de 1995. Mesmo sem ser uma obra de viragem na sua carreira, AmaJah é um álbum sem cedências. Se hoje o seu grito ecoa por milhões de ouvidos, é por mérito e não por a banda alguma vez ter cedido ao sistema.
Fiéis aos seus princípios, os Kussondulola continuam a comunicar através de palavras cortantes e sons originais em que a exigência é ponto assente para os músicos. AmaJah reflecte a vida de um dos mais cortantes e interventivos grupo de reggae dos PALOP e não é especialmente diferente dos anteriores o que, neste caso, é um bom sinal de fidelidade a ideias muito próprias.
Foto: FB Kussondulola